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sexta-feira, 2 de março de 2012

Patagonia - Parte 03, Chile e região dos lagos

03-Chile e Região dos lagos
Aduana Fronteira com o Chile
É bom esclarecer que o Chile ainda não faz parte do MERCOSUL, portanto necessita-se de passaporte e de passar por todos os tramites de checagem de bagagem com Raios X e etc. Por isso prepare-se para passar quase uma hora na fronteira.
Apesar de pegarmos uma nevasca no topo dos Andes, a travessia foi tranqüila. Chegamos a Osorno depois de quase cinco horas de viagem. Osorno é uma cidade relativamente grande e não tem muitos atrativos, a não ser o vulcão de nome homônimo que atrai alguns turistas. Para nós foi apenas uma parada para podermos alugar um carro e partimos imediatamente pela ruta 5 sentido sul a caminho de Puerto Montt.
 mercado palafita “Angelmó”  
Se vocês gostam de sashimí ou de qualquer outro prato que vai salmão, muito possivelmente já comeram um produto desta cidade. Puerto Montt exporta para o Brasil grande parte dos salmões aqui produzidos, e a pequena cidadezinha de pescadores que conheci há muitos anos atrás, se tornou no grande centro produtor e exportador e hoje Puerto Montt perdeu seu encanto. Não esperava encontrar tantos prédios, carros, grandes estacionamentos subterrâneos e dois enormes shoppings Center.  Pelo menos o tradicional mercado palafita de peixes de “Angelmó” continua do mesmo jeito, com inúmeros mercadores de peixes e mariscos vendendo seus produtos na parte inferior do prédio e outros tantos restaurantes na parte superior, servindo pratos com produtos pescados poucas horas antes.
Nestas águas do porto, a menos de dois metros da margem, dois enormes lobos marinhos nadavam e faziam o show para nossa admiração.
No dia seguinte seguimos para Puerto Varas, que é uma pequena cidade colonizada por alemães, portanto sua arquitetura segue o estilo do país de origem de seus fundadores. Puerto Varas também é conhecida como cidade das rosas, pois na primavera seus jardins e varandas ficam repletos de flores, mas no inverno esta pequena cidade também transborda beleza. A av. Teobaldo Kuschel, “costaneira” que margeia o grande lago “LLanquihue” de águas cristalinas, é repleto de charmosos hotéis e lindos restaurantes e um enorme cassino que funciona o ano todo. Neste mês está sendo realizado na cidade, o segundo “Festival de La LLuvia”, festival da chuva. São vários eventos durante dez dias escalonados no mês, alguns bem pitorescos, como: Corrida de camas, guerra de travesseiros, desfile de guarda chuvas e festival gastronômico.
Fachada de restaurante em Puerto Varas
Hoje fomos até uma simpática estaçãozinha de trem desativada, na rua Klenner, onde estava ocorrendo o festival gastronômico, vários chefes preparavam pratos típicos locais, como o curanto e também havia doces, geléias, especiarias e azeites para degustação. Mesmo tendo acabado de almoçar fartamente em uma churrascaria, não pudemos deixar de degustar alguns produtos.
Após uma pequena parada na cidade de Furtillar onde só fizemos um city-tour e retomamos a ruta 5 agora no sentido norte em direção a Pucon.
 Normalmente eu tenho comparado as cidades que visito com outras cidades brasileiras para que vocês tenham uma idéia mais próxima de como é o lugar, porém Pucon não tem comparativo. “There’s no place like this”.
Pucon se parece com Pucon. Acredito que aqui nos arredores, tenha mais de mil hotéis, pousadas, apart-hotel, cabanas, chalés, albergues, hostal, e etc. Lojas lindíssimas e restaurantes de categoria internacional “alta cocina”, todos os imóveis em estilo montanhês e ainda dezenas de agencias de turismo que oferecem tours para todos os gostos e custos, tais como: Centro de Ski e snowboard, escalada à cratera do vulcão, tracking, rafting, rapel, canoagem, montanhismo, cavalgada, tirolesa, termas, cassinos, pubs, cavernas “cuevas vulcânicas”, campos de golf e mini-golf, cachoeiras, feiras de artesanato e etc. etc.
Flores de madeira, Artesanato típico de Pucon
Infelizmente nada é perfeito, e eu nem posso reclamar, mas nossa estada em Pucon foi prejudicada pela constante chuva e às vezes bem forte, portanto não tivemos a vista maravilhosa do vulcão, constantemente encoberto pelas densas nuvens de chuva, e nem podemos fazer vários passeios que pretendíamos, então tiramos o dia para o city-tour e conhecer duas das várias termas que existe ao redor do vulcão.
A primeira a ser visitada foi a termas do Hotel Huife, que além de estupenda estrutura de SPA cinco estrelas, têm três piscinas termais em meio aos jardins e uma coberta. Cada piscina tem sua nascente de água independente, portanto a temperatura de cada uma é diferente da outra, chegando até 45 graus. Estas águas são curativas e atraem turistas de todos os cantos do mundo. A segunda, “Termas Los Pozones”, já é mais simples, não têm piscinas e sim cinco tanques naturais no próprio local onde as águas quentes brotam. Esta por sua vez, mais procurada pelos turistas “descolados”, devido a sua rusticidade e pelo completo contato com a natureza. Para usufruir de suas águas rejuvenescedoras, paga-se o valor aproximado de CR$ 18,00 e elas são muito procuradas à noite por isso ficam abertas até as três horas da manhã.
O retorno a Bariloche foi para nós bastante tenso, nevou por vários dias seguidos sobre os Andes e a estrada estava forrada por uma espessa camada de neve e gelo. Apesar de todo o esforço dos profissionais maquinistas para retirar a neve, com a contínua nevasca, as pistas insistiam em ficar toda coberta. Somente poucos veículos com correntes nos pneus conseguiam passar, alguns outros automóveis foram abandonados por seus proprietários e ficaram envoltos de neve na beira da pista, uma carreta escorregou no gelo e ficou atravessado na estrada deixando apenas uma estreita passagem pelo acostamento, por onde passaram os veículos mais preparados. Todos no interior do ônibus ficaram em silencio profundo enquanto nosso motorista dirigia com muita habilidade o sinuoso percurso sobre um longo tapete branco de neve e gelo.  
Quando o ônibus atravessou a Villa La Angostura toda branca e parecendo um presépio ou um cartão postal, todas as nossas tensões e preocupações foram substituídas pela admiração deste espetáculo. Este momento de tamanha explosão de beleza fez a gente esquecer as dificuldades e preocupações e dizer que tudo isto vale a pena.
Nossas férias vêm chegando ao fim, amanhã nós estaremos retornando para Buenos Aires, onde após umas comprinhas da Miriam, tomaremos nosso vôo para o Brasil.
Até breve, amigos.
Continua na página, Patagonia - Parte 04, Algumas curiosidades daqui do Sul do Chile.
Osmar e Miriam

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