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terça-feira, 3 de abril de 2012

França - Parte 02, Seguindo os passos de Peter Mayle.

02- Seguindo os passos de Peter Mayle.

Cardápio de Rest. em Luberon
09 de maio - Como é sabido, um dos principais incentivadores desta nossa viagem à Provence, foi sem dúvida o escritor inglês Peter Mayle com seus livros sobre esta linda região. Como somos curiosos, tiramos um par de dias para tentar seguir alguns passos deste autor. 
Provence é também dividida em varias outras pequenas regiões, e a que Peter Mayle elegeu para sua moradia, foi a região do “Luberon”.
Começamos nosso roteiro pela cidade de “Cavaillon” onde circulamos por uma imensa feira. Parece que a feira é uma instituição na vida do Provençal, tudo é comercializado aqui. Vimos colchetes de pressão  de vários tamanhos e cores, o último que eu tinha visto no Brasil, prendia a minha gravatinha no quarto ano primário em 1964. Bicos para garrafas de azeite tinha mais de 12 modelos diferentes, abridores de lata e saca-rolha  outra infinidade de modelos, sem contar as barracas de mudas de plantas, azeitonas, pães doces e etc.
Bar "Le Fin de les Siecles" 
Visitamos o mesmo bar, “Le Fin de les Siecles” que foi inaugurado em 1899 na época de Napoleão III e freqüentado regularmente por Peter Mayle. Lá sentei-me à mesa e tomei preguiçosamente um “pastís” , bebida a base de anis largamente difundido por aqui. Em seguida, rumamos para “Ménerbes” Vilarejo onde Peter Mayle comprou e reformou a casa que é um dos principais temas do livro “Um ano na Provence”. Nesta vila existe o museu do vinho e da trufa, onde degustamos alguns vinhos da região do “Luberon”  em especial um vinho branco trufado de sabor único, até a Miriam que não é muito fã de vinho quis repetir a dose. Apesar do nome Museu, esta casa vende seus produtos ao público em geral. Ela possui mais de 80 marcas de vinho unicamente produzidos na região do “Luberon” e uma infinidade de produtos a base de trufas.
“Ménerbes”
Nossa terceira visita foi ao vilarejo de “Lacoste” onde morou o “Marques de Sade”. Em 1771 para escapar dos escândalos criados por suas escritas eróticas e muito libertinas em Paris, ele se refugiou em Lacoste em um castelo do século 11 que pertencia ao seu avô. Atualmente o estilista “Pierre Cardin” está restaurando o castelo e também organiza um festival cultural a cada verão. Ouvi dizer também que os fundadores desta vila foram os antecedentes do criador da famosa marca de roupas do jacarezinho.
Após passar por “Bonnieux”, finalizamos nosso dia em “Lourmarin”, cidade onde vive atualmente o escritor.
Gordes
10 de maio - Continuando os passos de Peter Mayle, em 10 de Maio, fomos para o vilarejo de “Gordes”que fica empoleirado no topo de uma montanha, Lá como ele narra em um de seus livros, existe uma feira muito agradável. Fomos para conferir. A feira fica bem no centro do vilarejo, ao redor de um grande castelo “Château”. Além dos produtos normais de qualquer feira, o que realmente me chamou a atenção, não só a atenção, mas também o estômago, o nariz, os olhos e etc. foram as barracas de queijos, embutidos, patês, temperos, mel, sucos, vinhos. Tudo mercadorias de produtores de “Provence”. O salame e o presunto cru estavam divinos, os queijos deliciosos. Tudo se podia provar sem nenhum constrangimento, os produtos já ficam cortados em pedacinhos para quem quiser degustar. Vidrinhos de mel das mais variadas floras ou sucos de várias frutas da região, tudo fica a disposição dos ávidos consumidores. Compramos uma pequena bandeja com 6 sabores de patês, incluindo 2 tipos de “tapenade” que levamos para nosso hotel onde saboreamos acompanhado de um gostoso vinho do “Luberon” e uma saborosa “baguette” francesa.
Feira em Gordes
Saímos de “Gordes” em direção a “Coustellet” onde fica o Museu da Lavanda. Pelas estreitas estradas secundárias da Alta Provence, pode-se apreciar as lindas plantações de lavanda, porem nesta época do ano, elas ainda não estão floridas, mas pudemos apreciar em um interessante documentário apresentado no museu. A verdadeira lavanda só cresce em regiões entre 800 e 1100 metros de altitude, já o tipo híbrido pode ser produzido em qualquer região, mas não tem a mesma coloração e nem as propriedades terapêuticas que a lavanda nativa produzida aqui na “Provence”.
Colocando novamente o “pé na estrada”, fomos para “APT”, é isso mesmo, a cidade se chama apenas “APT”, é pequena no nome, mas bem grandinha em proporção as demais cidades aqui da região. Tem uma catedral que foi edificada no século XI. Não tem muitos atrativos turísticos, mas é um grande pólo comercial e industrial para as outras pequenas cidades da região.
Roussillon
A apenas 10 Km. de “APT” fica “Roussillon”. Esta é uma cidade bem diferente das demais. Suas edificações não são tão antigas como as demais cidades que conhecemos, elas remontam aproximadamente do século 18 e suas casinhas em estilo colonial com flores nas janelas e pequenos jardins serpenteiam pelas estreitas ladeiras do vilarejo. Das falésias é extraído o ocre para produção de corantes, conseqüentemente, toda a cidade é tingida com esse produto, ficando lindamente colorizada numa variação de tons que vai do amarelado até quase um vermelho escuro.
Conta a lenda, que esta terra vermelha, é o sangue da bela “Sermonde”, esposa de Raymond D`Avignon, que teve seu amante assassinado pelo marido, então ela de tristeza, jogou-se de cima destas falésias e seu sangue deu a cor ocre a esta terra.
Estas estreitas estradas que serpenteiam as montanhas e cruzam os vales da “Provence” são de uma beleza  inebriante. Dirigir sem destino definido, ouvindo lindas canções francesas através de uma estação de rádio muito apropriadamente chamada “Nostalgie” é muito prazeroso e tranqüilizante, mas percorrer uma estradinha toda arborizada, com as copas das árvores formando um túnel de vários quilômetros, eu nunca tinha tido prazer igual. Esta antiga estradinha liga “Salon de Provence” a “Saint Rémy de Provence” .  É fantástica.  
estrada que liga Salon a Saint Remy
11 de maio - Hoje tiramos o dia “pour ne rian faire” ou seja, não fazer nada, ficamos em “Salon de Provence” caminhando um pouco pela cidade, fomos finalmente conhecer o museu no interior do castelo e depois, tomar sorvete “au coucher du soleil”, afinal é bom descansar um pouco. Amanhã pegaremos a estrada com destino a “Avignon”

Continua na página, França - Parte 03, Avignon Cidade dos Papas

Abraços a todos os amigos

Osmar e Miriam


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