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terça-feira, 3 de abril de 2012

França - Parte 07, Momentos de Preguiça

07 Momentos de Preguiça

26 de maio - Depois de vários dias viajando pelas belas cidades do interior da Provence e pelas chiques e glamorosas cidades da “Cote D’azur”, resolvemos tirar alguns dias para relaxar, porque sair de férias também tem momentos  “fatiguant”,  mas não teve jeito, nosso descanso foi apenas o fato de ficarmos próximos de nossa base em Salon-de-Provence.
Centenária indústria dos famosos "Savon de Marseille" 
Acho que a Miriam já incorporou o espírito provençal, pois como o povo daqui, ela também adora uma feira, e como é tradição, toda quinta tem feira em Aix-em-Provence, logicamente lá fomos nós. Caminhamos preguiçosamente por toda extensão da feira, eu como um “petit chien” seguia a Miriam que ávida, escolhia as toalhas, roupas e outros produtos provençais que tanto a fascinava. Dedicamos o dia a pequenas compras e alguns “souvenier” para os familiares.
27 de maio - Com o calor desta primavera, a vontade de “ne rian faire” foi grande, então também ficamos pelas proximidades. Fomos ao “Centre Ville de Salon” visitar uma “Savonnerie”  totalmente artesanal. O “Savon de Marseille” é mundialmente conhecido pela sua qualidade e a “Marius Fabre” está instalada aqui na cidade desde 1900, e ela mantém um museu e uma loja junto ao prédio da fábrica, e fica impossível sair sem comprar nada, pois o perfume inebriante que emana de seus produtos é contagiante e bastante convincente.
Degustação de Azeite direto do produtor
Ainda bem próximo da cidade, fomos visitar um moinho de azeite de oliva artesanal. Chegamos no sítio, uma placa avisava, “buzine três vezes, estou no campo trabalhando”. Após uma pequena espera o simpático senhor proprietário do Moinho e do olival nos recebeu, e após uma detalhada explanação sobre os tipos de oliva que ele produz, ele nos ofereceu uma degustação de seis tipos diferentes de azeite. Infelizmente não pudemos presenciar a produção do azeite, porque a safra das olivas é em novembro, mas conhecemos todos os equipamentos e nos foi explicado todo o processo.

Chateau de La Barben 
Quando tudo é perto, o dia rende. Havíamos feito tanta coisa e ainda era 16:30 hs e como aqui começa a anoitecer as 21:00 hs. Tivemos tempo suficiente para ir conhecer o “Chateau de La Barben”,  um castelo particular com mais de 1000 anos, não se sabe ao certo quando foi construído, mas este castelo foi mencionado nos manuscritos da Abadia de “Saint Victor” no ano de 1064. Foi também residência do rei René que em 1474 que por sua vez, cedeu à família “Forbin” que a manteve por mais de 500 anos até que em 1963 foi vendido a André Pons. Sua filha e seu genro  a administram até hoje. O castelo mantém toda a mobília do século XVII e é habitado pelos proprietários. Esta visita foi muito interessante justamente pelo fato de se poder ver a mobília e a decoração dos imensos salões da época e em especial a cozinha que é utilizada até hoje.   
 28 de maio - A  flora da lavanda tem seu apogeu entre 15 de junho até começo de agosto, época que já não estaremos mais aqui em Provence, mas como vimos algumas lavandas floridas em alguns pequenos  jardins, fomos visitar o vilarejo de “Saignon”, centro produtor dessa planta.

Estas cerejas estavam deliciosas 
“Saignon” se localiza no topo de um morro no centro de uma grande planície e isso a transforma em uma  “Village Belvédère” um mirante com 360 graus de soberba vista sobre o vale. As lavandas não estavam ainda floridas, mas além da cidade ser muito graciosa, passamos por muitas cerejeiras carregadas, logicamente fizemos algumas paradas para colher e saborear cerejas fresquinhas e deliciosas.
29 de maio - Amanhã estaremos indo para Marsseille, então hoje é nosso último dia nesta linda região de campos e montanhas. Não fizemos nenhum plano, simplesmente vagueamos por algumas cidades próximas.

Saboreando os escargots
Como tinha comentado em crônica anterior, ainda não tinha provado um dos principais pratos franceses, o “escargot”, e aquele perfume do molho que senti na feira de “Isle-sur-la-Sorge” não me saiu da lembrança. Como hoje, lá é dia da feira semanal, percorremos os 47 quilômetros em busca dessa iguaria. Ao chegarmos na cidade, fomos direto ao “centre ville”que já estava tomada por milhares de consumidores locais e turistas. Localizada a barraca com a gigantesca panela recheada de “escargot” muito bem temperado, comprei  meio quilo que me foi embalada numa bandeja plástica. Como já conhecíamos a cidade, fomos até o café Paris que mantém um terraço com mesas sobre a calçada, onde sentamos. Pedi uma cerveja e ficamos ali degustando até o último, sem deixar de lamber a ponta dos dedos. Enfim quebrei a aversão a essa iguaria com satisfação.  Caminhamos um pouco mais pela feira, compramos alguns saborosos salames  de fabricação artesanal e seguimos viagem.
Para quem assistiu ao filme “Um bom ano” que foi inspirado no livro “Um ano na Provence”, talvez pode se lembrar das lindas imagens de um vilarejo Provençal. Parte dessas cenas foram feitas na cidade de “Cucuron” e a Miriam não queria perder a oportunidade de conhecer o local.

Cerâmica típica Provençal 
“Cucuron” fica ao pé da montanha negra, com 1125 metros de altitude, esta montanha é a mais alta do Luberon. “Cucuron” é uma tranqüila cidadezinha com arquitetura medieval bela e homogenia, tem uma igreja do século XIII e a praça “L’Etang”, onde foi gravada algumas cenas com os personagens principais. Esta praça realmente é muito fotogênica, tem um lago artificial central e quatro alamedas que o emoldura. As alamedas são margeadas pelos dois lados com 32 gigantescas árvores  plátanos com suas copas  se encontrando e sombreando toda essa grande área.  Nas alamedas laterais  algum comércio e o “Café L’Etang” com seu terraço repleto de mesas quase todas tomadas pelo grande número de turistas se abrigando a sombra deste quente dia de primavera. Aqui  sentamos também, pedi um “pastis” e um café para a Miriam e ali ficamos um bom tempo apreciando o agradável lugar e relembrando as românticas cenas do filme.


Praça “L’Etang”, onde foi filmado "Um ano bom"
Na volta passamos por “Cavaillon”, cidade que tem fama de produzir os melhores melões do mundo, não pude deixar despercebido o fato, paramos em um produtor para checar e degustar o fruto. O melão de “Cavaillon” é bem pequeno se comparado com os melões produzidos no Brasil, tem entre 10 ou 12 centímetros de diâmetro, verde por fora e de tom laranja intenso por dentro e de uma doçura inigualável. Eu que sempre apreciei os bons melões brasileiros produzidos na região do Rio São Francisco, mas devo admitir, os melões de “Cavaillon” são os melhores do mundo.

Continua na página, França - Parte 08, De volta a Marseille

Abraços a todos os amigos
Osmar e Miriam


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