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sexta-feira, 2 de março de 2012

Patagonia - Parte 02, San Carlos de Bariloche

02 - San Carlos de Bariloche.
Prédio da Prefeitura de Barliloche
Após um atraso de quase três horas no aeroporto de Buenos Aires e mais duas horas e vinte de vôo, chegamos a Bariloche. Como não fomos os últimos a deixar o aeroporto, fiquei surpreso de não encontrar mais nenhum taxi. Felizmente um ônibus privado a serviço da “CVC turismo” chegou, pedimos carona e com uma caixinha de seis reais, o motorista nos deixou na porta de nosso hotel.
Bariloche não é muito grande, para quem não conhece, ela é mais ou menos como Gramado na serra gaucha com beleza e charme semelhante porem com muito mais frio. Aqui os termômetros estão na casa do zero grau e tudo indica que vai abaixar mais, portanto vamos ter neve.
Após uma voltinha pelo comercio local já da para reconhecer a vocação deste povo, é o chocolate. Dezenas de lojas de chocolates uma mais saborosa que a outra, um verdadeiro martírio para quem estiver de dieta.
“Cerro Otto” 
Nosso primeiro passeio foi ao “Cerro Otto”, esta montanha fica a apenas cinco km do centro da cidade. Tomamos o ônibus de número 50 na rua Francisco Moreno ao preço de R$ 1,50 e após vinte minutos já estávamos ao pé da montanha. Tomamos o bondinho, que aqui eles chamam de Gôndola ao custo de R$ 27,00 cada. A subida que leva doze minutos tem uma vista espetacular, e na chegada ao topo fomos presenteados com a chegada da neve, já estivemos em lugares nevados antes, mas é a primeira vez em nossas vidas que pudemos ver e sentir os suaves flocos de neve caindo sobre nos. Foi uma sensação indescritível e não paramos de tirar fotos e fazer guerra de bolas de neve. É muito bom sentir-se como dois adolescentes irresponsáveis brincando de guerra. Refeitos do cansaço das brincadeiras fomos tomar chocolate quente na lanchonete giratória que também serve de mirante no topo da montanha.
Brincando na neve
No dia seguinte fizemos um tour chamado “Sete lagos”. Saímos de Bariloche pela ruta 231 e em menos de uma hora chegamos à “Villa Angostura”, esta pequena cidade com arquitetura tipicamente dos Alpes europeus, é a “bola da vez”. Milionários descontentes com o crescimento de Bariloche construíram aqui os seus refúgios, e acompanhando os endinheirados uns sem números de hotéis de luxo também vieram para ca.  Acredito que “Villa Angostura” possa ser comparada com Penedo, cidade finlandesa na serra do Rio de Janeiro, mas com pistas de ski e um público mais sofisticado.
Após deixar “Villa Angostura” tomamos a ruta 234 onde já começamos a visualizar o primeiro dos sete lagos. O lago Espelho faz jus ao nome, de águas tão tranqüilas e cristalinas, forma um verdadeiro espelho e fica difícil saber onde começa ou onde termina o céu refletido  em suas águas. Em seguida vem o “Lago Correntoso “, que de correntoso só tem o nome, a causa deste curioso nome se dá pelo fato que todos os seis primeiros lagos são interligados por pequenos rios, e o rio que leva as águas ao lago correntoso é agitado. Outra curiosidade é que neste rio foi encontrada uma truta de 16 kilos. Assim me contaram, não sou testemunha do fato, mas me garantiram que não é história de pescador.  As águas de todos os seis primeiros lagos deságuam no Atlântico, apenas o sétimo corre para o Chile desaguando no Pacífico.
Lago Espelho
Os lagos seguintes, “o Escondido, o Falkner. o Hermoso, o Machonico ”,  são também  de beleza estonteantes  e nosso guia soube escolher as paradas para as fotos pois em cada uma delas ficávamos estupefatos com tamanha beleza  das paisagens Patagônicas. O último lago é o “Lacar” que banha a cidade de “San Martim de los Andes” e suas águas correm para o oceano pacífico.
Em  “San Martim” fizemos a parada para o almoço e tivemos duas horas livres para desbravar esta  limpíssima cidade, não se vê nem sequer uma ponta de cigarro pelo chão. Aqui também fiquei surpreso com o cuidado da municipalidade em não deixar desvirtuar o desenho arquitetônico de todas as construções da cidade, não sei como descrevê-la para que vocês tenham uma idéia. Imaginemos o bairro de Capivari em Campos do Jordão um pouco maior. Não existe um único imóvel que não siga este lindíssimo desenho dos Alpes europeus.
“San Martim de los Andes” 
Deixamos a cidade pela ruta 234 norte e depois pela ruta 40, retornando para Bariloche desta vez pelos estepes patagônicos, paisagens tipo savanas, caminho que é conhecido como “Passo Córdoba”. Nestes campos, pudemos visualizar animais selvagens como os guanacos, “da família da lhama”, manadas de cervos e muitas águias e condores.
Demos uma pequena parada no “Valle Encantado”, onde nas montanhas esculpidas pelo vento e pelas águas durante milhares de anos, com imaginação pode-se visualiza formas de figuras diversas.
Chegamos ao hotel com a alma e a mente descansada em saber que por estas longínquas terras patagônicas a natureza ainda está intocada, mas os corpos precisando de descanso, pois amanhã nosso programa será visitar o “Cerro Catedral”.
Cerro Catedral: Talvez este seja uma das estações de Ski mais famosa para nós brasileiros, e ela merece a fama porque continua linda e com muito boa estrutura.
O ônibus que sai da rua Francisco Moreno a cada uma hora e trinta minutos, custa R$ 3,00 e leva cerca de 30 minutos para chegar a “Villa Catedral”. Chegamos também com a neve caindo, o que transforma totalmente o visual deste pequeno vilarejo que vive unicamente de sua esplendida estrutura. Com inúmeras pistas de ski e snowboard de vários níveis e das inúmeras escolas de ski, sem contar com os inúmeros restaurantes, cafés e churrascarias, onde comi um churrasco de cordeiro patagônico acompanhado de um bom vinho. Foi de chupar as pontas dos dedos, estava divinamente delicioso.
Parodiando mais uma vez o comercial de TV, posso dizer que sentir a neve caindo suavemente sobre nossos corpos e toda a paisagem branca de pureza singular, realmente não tem preço.
Depois de algumas consultas com alguns moradores locais, ficamos sabendo que o “Paso Cardenal”, passagem pelos Andes entre Argentina e Chile está aberta e totalmente asfaltada, então fomos à rodoviária e compramos passagens para o Chile, custaram-nos R$40,00 cada. De lá pretendemos seguir viagem para “Puerto Montt e Pucon”. Bem isso já é outra história e depois eu conto pra vocês.
Um caloroso abraço sob uma temperatura de -3 graus negativos

Continua na página, Patagonia - Parte 03, Chile e região dos lagos.

Osmar e Miriam 

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